Fundado em 1990 por Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi, o Instituto Bardi / Casa de Vidro é uma organização da sociedade civil de fins não lucrativos com sede na cidade de São Paulo, Brasil; é dedicado à produção intelectual no campo da arquitetura, do urbanismo, do design e das artes.

NOSSA MISSÃO

O Instituto tem como missão dar continuidade à atuação de seus fundadores, Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi. Seus objetivos incluem preservar e divulgar o legado artístico de Lina e P. M. Bardi; garantir a conservação e organização de seu acervo – constituído por desenhos, projetos, correspondências, documentos e outros – e facilitar o acesso ao público; colaborar em publicações, exposições, palestras e seminários dentro do campo cultural e artístico; apoiar projetos que promovam as artes plásticas, as artes visuais e a arquitetura brasileiras; incentivar intercâmbios entre intelectuais e criadores brasileiros e estrangeiros; manter sempre atuais os seus valores em consonância com o tempo presente.

O Instituto dedica-se, também, a transformar sua sede em um espaço de troca de conhecimento, estabelecendo um diálogo construtivo com a sociedade e defendendo a liberdade de pensar, criar e debater. Para isso, mantém a Casa de Vidro como um espaço ativo por meio da visitação, da organização de suas próprias exposições, palestras e seminários, e também a partir da locação de algumas áreas de suas instalações para a realização de eventos culturais.

HISTÓRIA

“Permita-me complementar a ideia de minha esposa, Lina, relativa à possibilidade de destinar nossa casa e objetos de arte a uma fundação que possa transformá-la num curioso exemplo de moradia de imigrados, os quais contribuíram para a divulgação das artes no Brasil tanto no setor da arquitetura (habitação do Morumby, edifício do Masp na Paulista, restauro da Fábrica da Pompéia, restauro do Politeama em Jundiaí), como no setor museográfico (criação do Masp e notáveis doações), no campo jornalístico (revista ‘Habitat’, ‘Mirante das Artes’, ‘Vogue Arte’) e no editorial (uma ampla bibliografia).”

[Trecho escrito por Pietro Maria Bardi em carta de pedido de tombamento da Casa de Vidro. São Paulo, 1985]

O Instituto Bardi/Casa de Vidro – nomeado inicialmente Instituto Quadrante, em referência à revista dirigida por Bardi e Massimo Bontempelli (1933-1936), na Itália – foi formado em assembleia no dia 3 de maio de 1990 como uma sociedade civil sem fins lucrativos com objetivos “exclusivamente culturais e artísticos”. Foi primeiramente administrado por uma Diretoria Executiva, sendo Pietro Maria Bardi o Diretor presidente e Lina Bo Bardi Vice-diretor presidente, e um Conselho Curador formado por Graziella Bo Valentinetti, irmã de Lina que seguiu no Instituto até sua morte em 2008; o pintor, desenhista e museólogo Fábio Luiz Pereira de Magalhães; o advogado e professor da Faculdade de Direito da USP Modesto Carvalhosa; o advogado, empresário, escritor e bibliófilo brasileiro José Ephim Mindlin; o advogado e dirigente do SESC, Renato Antônio Quadros de Souza Requixa e o advogado, que havia sido sócio-proprietário da galeria Mirante das Artes com Pietro Maria Bardi e um dos mais renomados marchands e peritos de arte, Renato Magalhães Gouvêa. À Diretoria Executiva competia a representação e administração do Instituto e ao Conselho Curador, a fiscalização e aprovação das decisões, contemplando também sócios que colaboravam angariando recursos, discutindo e aprovando as ações do Instituto.

Segundo a ata de constituição, Pietro Maria Bardi declarou a “conveniência de instituir uma entidade privada que possa desenvolver isoladamente ou em conjunto com o Museu de Arte de São Paulo – Assis Chateaubriand – MASP e, ainda, com entidades nacionais e do exterior, atividades culturais e estudos relacionados com a história da arte e da arquitetura […]”, diretriz que até hoje faz parte dos objetivos do Instituto. Semanas após a criação do Instituto, Lina Bo e Pietro Maria Bardi fazem a doação da obra “Retrato de Don Sebastian Marie Gabriel de Bourbon – Bragance” de Francisco Goya, do ano de 1820, ao Instituto Quadrante, que estabelece seu capital inicial com a venda do quadro para o Fuji Art Museum no Japão. 

Em 1993, um ano após o falecimento de Lina, em 20 de março de 1992, o Conselho do Instituto Quadrante, tendo então como Vice Presidente Graziella Bo Valentinetti, irmã de Lina, e como novos membros Marcelo Ferraz e Eugenia Gorini Esmeraldo, se reúne em assembleia para homenagear sua memória e alterar a nomeação do Instituto para Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, legalizando para este, todos os artigos do Estatuto Social anterior. No mesmo ano, o Instituto se dedicou primordialmente ao levantamento, exposição, publicação e divulgação no Brasil e no exterior da relevante obra de Lina Bo Bardi, tendo como centro dessas comemorações a 2ª Bienal de Arquitetura de São Paulo.

Em 1995, a Casa de Vidro foi doada ao Instituto por Pietro Maria Bardi. Projetada em 1950 por Lina Bo Bardi para ser a residência do casal, a casa foi concluída em 1951 e tombada, em 1987, pelo CONDEPHAAT como patrimônio histórico – posteriormente tombada também pelo Conpresp e pelo Iphan. Desde a doação, abriga a sede do Instituto Bardi/Casa de Vidro, que preza pela manutenção do seu espaço e preservação do seu acervo. A Casa de Vidro, combinada à iniciativa de formação de uma instituição cultural, é o último museu criado e fundado pelo casal Bardi, dedicado à sua própria trajetória e à produção intelectual nos diversos campos da cultura.