O interior está no exterior
05 setembro, 2012
04 abril – 30 maio, 2013
A primeira exposição [1] a ocupar a sede do Instituto Bardi / Casa de Vidro, contou com a curadoria do suíço Hans Ulrich Obrist e participação de mais de trinta artistas e arquitetos [2]. Obrist convidou o grupo a experienciar a residência, a produção e o mundo de Lina Bo e Pietro Maria Bardi e projetos de Lina, como o SESC Pompeia, e, a partir deste contato, criar obras para os espaços internos da Casa de Vidro bem o jardim.
As obras produzidas envolveram um diálogo intrínseco com os espaços, com a vida e as ideias do casal, no sentido de “trazer a vida de volta a Casa de Vidro” e resgatar a vocação do espaço como ponto de encontro para o debate e a experimentação das artes, característica marcante da residência dos Bardi por décadas.
Com produções heterogêneas em poética e suporte, o grupo de artistas trabalhou com diversos conceitos, a exemplo: Renata Lucas que instala um retrato pintado de Lina em uma das janelas de vidro da sala, e Olafur Eliasson com Fading Self Wall, que consiste em grande vidro semi-espelhado sustentado pela base de concreto dos cavaletes de cristal colocado na sala de jantar, em ambas as propostas explora-se a transparência presente tanto na Casa de Vidro, quanto na galeria do Museu de Arte de São Paulo; Koo Jeong-a produziu cinquenta reproduções em gesso pintadas em cores fosforescentes de um ex-voto pertencente a coleção do casal, trazendo à tona tanto a produção artesanal e popular investigada por Lina, quanto à reprodutibilidade; Pedro Reyes propôs aos visitantes que provassem formigas fritas, prato presente na culinária popular brasileira de algumas regiões; e Cildo Meireles que instalou uma obra sonora e olfativa, na qual se ouvia a voz de Pietro dizendo “Lina, va fare un caffè!”, enquanto exalava o aroma de café.